Deus, ou quer impedir os males e não pode, ou pode e não quer, ou não quer nem pode, ou quer e pode.
Se quer e não pode, é impotente: o que é impossível em Deus
Se pode e não quer, é invejoso: o que, também, é contrário a Deus
Se nem quer nem pode, é invejoso e impotente: portanto nem é Deus
Se quer e pode, o que é a única coisa compatível com Deus, donde provêm então a existência dos males? Porque razão Deus não os impede?
Deus para Epicuro era um ser autárquico, imortal e bem aventurado.
O universo para ele era eterno - sem começo e sem fim.
Não existe providência divina pois Deus
não necessita de nada e não tem porque atender aos
pedidos dos homens.
O Deus desse paradoxo é o Deus cristão
criador do mundo - uno, verdadeiro e bom.
É o deus medieval onipotente e onisciente.
O paradoxo pode ser epicurista mas Epicuro tinha outra concepção de deus.
Ele não era ateu no sentido atual do termo - não crer em deus nenhum.
A melhor resposta que vi para o paradoxo é negar o Mal em si.
É a resposta de Santo Agostinho.
O Mal não tem verdadeira realidade.
Ele é apenas a ausência do Bem.
Assim com a escuridão é só uma ausência de luz.
Doença uma ausência de saúde.
A morte a ausência de vida. E por aí vai...